segunda-feira, outubro 10, 2005

Editora lança romances de olho nas donas-de-casa

“Paixão”, “Desejo”, “Destinos”, “Jessica”. Os títulos já dão uma idéia do que tratam essas séries que estão nas bancas desde abril. As capas, com casais enlaçados em clima quase sexual, confirmam. Os livros que marcam a entrada da gigante canadense Harlequin Books no Brasil são semelhantes a séries que já fizeram muito sucesso no país, como “Sabrina”, “Bianca” e “Julia”. “Nós tratamos nossos produtos como bens de consumo de massa: identificamos a necessidade do consumidor e procuramos atender a esse público-alvo”, afirma Valéria Chalita, principal executiva da Harlequin no Brasil. Segundo ela, os leitores das publicações são, principalmente, leitoras. Pertencem às classes B e C, têm mais de 30 anos e sonham muito. “São mulheres com vida dupla: donas-de-casa mas também donas da vida. E ainda aguardam viver um grande romance”, acredita. Como qualquer empresa que lida com bens de consumo de massa, seu principal cartão de visitas são números gigantes. Criada há 55 anos, a Harlequin está em 95 países, publica em 25 idiomas, lança 110 novos títulos por mês, vende 144 milhões de exemplares por ano e conta com 1.300 autores. Nenhum brasileiro, por enquanto. “Queremos dar oportunidade para autores brasileiros, é claro. É um passo que daremos no futuro”, diz a CEO da Harlequin, a canadense Donna Hayes, que esteve no Rio na semana passada. O primeiro passo é fazer as séries da editora, que são sucesso em vários países, caírem nos olhos e nos corações de leitoras brasileiras. Para isso, a Harlequin aposta na parceria com a Record, o maior grupo editorial brasileiro. As empresas fizeram uma sociedade, batizada de HR, na qual os canadenses entram com as histórias, e os brasileiros, com o processo industrial. “O mercado editorial brasileiro é uma pirâmide com base pequena, por isso nosso edifício não cresce”, diz Sérgio Machado, proprietário da Record, usando a metáfora para dizer que só as classes mais altas compram livro no Brasil. “As séries da Harlequin são literatura popular, de entretenimento, feita para distrair. São livros que precisam ser lidos, pois ninguém vai comprá-los para pôr na estante”, afirma. As séries estão sendo vendidas nas bancas de Rio e São Paulo por preços a partir de R$ 3,90. São dez novos títulos por mês, sendo dois por série. Além de “Paixão”, “Desejo”, “Destinos” e “Jessica”, há ainda ‘Grandes Autores’. Nenhum autor é realmente grande, mas são romances maiores, supostamente mais complexos e com um fim em si, sem deixar uma porta aberta para o número posterior da série. “Queremos trazer outras séries para o Brasil. Agora, por exemplo, estamos publicando com sucesso nos Estados Unidos histórias em formatos de mangás, para atrair um público mais jovem. É uma experiência que pode ser feita aqui também”, conta Hayes. No estilo “de mulher para mulher”, a Harlequin praticamente não contrata homens como autores ou tradutores. Muitas das mulheres que escrevem livros para a editora são leitoras que foram treinadas para passar para o outro lado da banca.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ai ai ai...eu amo esses livrinhos e amei seu blog... adorei pacas mesmo... vou sempre vir.,..bjos

magah disse...

Boa noite..
Eu amo romances,até escrevo,mas nem sei como lança-los,pensei em coloca-los no meu blogg...Eles são tipo Julia, Sabrina... quem sabe um dia vc poderá lê-los...